Uma noite em claro, 30 páginas de apontamentos mais um caderno de rabiscos. A mesa rectangular, o candeeiro da luz amarela apontado às folhas e um lápis número dois. Horas. Intervalos para petiscar e praguejar palavras de desespero.. O apara-lápis, o lixo da borracha.. As mudanças de posição, as voltinhas pelo quarto, acompanhadas de uns passos de dança, a bichanar a lenga-lenga.. Baixinho que há mais gente em casa. Contar e recontar as páginas em falta, os joguinhos psicológicos para aguentar mais um bocadinho.. “Só até ali. Se estudar até ali depois ficam só a faltar estas e estas páginas, aquela matéria que é mais fácil”.. Mas nunca bate certo! Pelo menos não no tempo idealmente previsto.. Como se jogasse um estúpido jogo de computador e nunca conseguisse ganhar à máquina..
O cenário repete-se de tempos a tempos.. Com umas variações, com mais ou menos sono, com mais ou menos optimismo.. Com mais ou menos entendimento.. E sorte.. Que naquelas duas horas temos de dar tudo e tem de bater certo.. É algo violento.. Imagina que naquela hora me dá uma dor de barriga descomunal? Imagina que no caminho recebo uma notícia desgraçada.. Imagina que adormeço desesperadamente e perco a hora do teste!
Não ganho juízo.. Mas estou mais resignada.. Quem sabe desta mude! Quem sabe desta faça o meu clique.. Já consegui pelo menos não me distrair, durante dois dias de estudo, com as tentações da tv.. Talvez só precise de uma meta, de uma dose de motivação.. Talvez me faça bem não me safar.. Não me safar à rasca, mais uma vez..
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1 comentário:
isso que tu fazes quando estudas eu também faço. e tenho um problema sério: faço normalmente na véspera! realmente a vida de universitário é muito vivida naquela metáfora da "corda bamba"...podes cair para um lado ou para o outro, mas o ideal é materes-te lá em cima, por muito que balances!
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