terça-feira, 19 de maio de 2009

Yes, I can

Quarta-feira, 13 de Maio de 2009

Respiro fundo. Foi uma conversa longa, nem sempre fácil.. Foram palavras de coragem, doridas mas esclarecidas.. Pôr cá para fora esses intrincados pensamentos em que me perco e me perco.. Um novo alento, uma mensagem de esperança vinda de quem me quer bem.. De quem ousou parar por um bocadinho, ouvir e partilhar.. A mesa de restaurante, as pessoas, o entrar e sair.. O cheiro de fast food e um ombro amigo..:) Revejo mentalmente as "ideias-chave".. Recordo mas já não me atormenta. "Yes, I can"

terça-feira, 12 de maio de 2009

Cadência



Quero apaixonar-me por palavras que me façam sorrir que nem uma totó, só de lembrar! Quero corar com lembranças doces.. Rir, chorar.. O que traz o encantamento da paixão é ficar presa pelas palavras.. São os suspiros sem razão e o nervosismo de antecipação.. Sou uma pedra neste momento. Insensível à falta, hiper-sensível à linguagem.. à expressão. Aguardo um sinal que sei que não vai chegar.. não se muda o ser e querer mudá-lo é sinal de que escasseia o amor. Entre o silêncio e as palavras vazias, a indeterminação.. Uma indecisão que me deixa sem saber.. Preso por ter cão e preso por não ter..

As palavras repetem-se vezes e vezes sem conta.. Sempre o mesmo som, o mesmo ritmo, a mesma cadência.. Não me apetece falar, não me apetece trocar mais essas palavras de circunstância, ditas e repetidas vezes e vezes sem conta.. As palavras estão gastas. O seu significado esmoreceu, por entre a banalidade do uso.. Deixaram de transportar aquela magia.. Já não quero repeti-las. Será que continuam a fazer sentido?

O dia seguinte



Tomei o banho de relaxamento, enfiei-me no robe e ala deitar na caminha aberta, não de ontem, mas do dia anterior.. De há uns tempos para cá, ela exerce um qualquer poder, um chamamento sobre mim.. Não lhe escapo! Qualquer hora é boa para me aninhar, fechar os olhos por um bocadinho e ficar ali.. Vazia, sozinha.. Só eu e o meu peso.. Embrulhado em roupagens tufadas..

Já não me incomoda a ausência de resposta no eco do quarto.. Até já canto as minhas deixas.. Até já tenho as minhas pequenas discussões mentais em voz alta.. mais familiar, menos assustador.. Hábitos, rotinas que fazem com que o beje das paredes se torne mais acolhedor.. Abro a janela e deixo entrar o barulho.. Deixo entrar o ar húmido de um dia incerto.. Antevejo umas bandeiras a esvoaçar, pelo espaço entre os cortinados corridos.. Os carros, os aviões, os pássaros, as vozes de quem passa.. já são a minha companhia. E aprendi a gostar dela.

Talvez esteja um bocadinho mais fria e ao mesmo tempo mais solta na minha vontade.. mais livre, menos coagida nesta faceta que é a minha.. Sinto-me bem. Não me quero sentir dependente.. Não mais. Quero ser a minha companhia perfeita e até me ponho a imaginar cenários, panoramas.. Quem sabe.. É tudo tão relativo, não é? É difícil qualificar a importância de algo que é um dado adquirido.. Ou que costumava ser! É difícil isolá-lo para poder pensar o seu valor..

Gosto de imaginar que há um mundo de possibilidades inscritas em cada dia.. Que posso decidir e simplesmente sair para fazer seja o que for.. Quero ter nas minhas mãos o poder de determinar o caminho e não me sentir constrangida por ele.. Quero ir.. Ou ficar! Se o meu centro estiver aqui.

Comprimido para dormir

Uma noite em claro, 30 páginas de apontamentos mais um caderno de rabiscos. A mesa rectangular, o candeeiro da luz amarela apontado às folhas e um lápis número dois. Horas. Intervalos para petiscar e praguejar palavras de desespero.. O apara-lápis, o lixo da borracha.. As mudanças de posição, as voltinhas pelo quarto, acompanhadas de uns passos de dança, a bichanar a lenga-lenga.. Baixinho que há mais gente em casa. Contar e recontar as páginas em falta, os joguinhos psicológicos para aguentar mais um bocadinho.. “Só até ali. Se estudar até ali depois ficam só a faltar estas e estas páginas, aquela matéria que é mais fácil”.. Mas nunca bate certo! Pelo menos não no tempo idealmente previsto.. Como se jogasse um estúpido jogo de computador e nunca conseguisse ganhar à máquina..

O cenário repete-se de tempos a tempos.. Com umas variações, com mais ou menos sono, com mais ou menos optimismo.. Com mais ou menos entendimento.. E sorte.. Que naquelas duas horas temos de dar tudo e tem de bater certo.. É algo violento.. Imagina que naquela hora me dá uma dor de barriga descomunal? Imagina que no caminho recebo uma notícia desgraçada.. Imagina que adormeço desesperadamente e perco a hora do teste!

Não ganho juízo.. Mas estou mais resignada.. Quem sabe desta mude! Quem sabe desta faça o meu clique.. Já consegui pelo menos não me distrair, durante dois dias de estudo, com as tentações da tv.. Talvez só precise de uma meta, de uma dose de motivação.. Talvez me faça bem não me safar.. Não me safar à rasca, mais uma vez..

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Tomar coragem

Chegou a hora. É hora de enfrentar o touro de frente e deitar mãos à obra. A empreitada requer esforço e a motivação que anda fugida de mim há tanto tempo.. Mas como é costume dizer..: o que tem de ser tem muita força!

Palavras

Como diz Hamlet "palavras, palavras, palavras.." São tudo e nada! Concretizam e no entanto são tão efémeras.. Passam como passa a vida.. Localizadas, imersas em coordenadas.. significados que são apenas mais palavras.. E o que são as palavras? Sons, mediadores, ferramentas de que nos servimos para comunicar.. Sinto-me rodeada de palavras vazias, que parecem tão sem sentido.. Palavras a que preciso de dar corpo.. de ver no seu "habitat natural"! Impregnadas de espontaneidade, de verdade! Na sua forma original, sem os revestimentos racionais.. Em bruto! Pontuadas pelos entretantos.. Pelos sons sem gramática e os silêncios carregados de possibilidades.. Preciso de ouvir, de sentir.. De dar presença às palavras.. Há muito mais e algo bem mais profundo por de trás delas, além da indiferença que quer parecer..

sábado, 2 de maio de 2009

Primeiro de Maio



A esplanada, o sol de Primavera, a companhia.. Um parque pronto a ser explorado, à beira-rio plantado.. Pequenos momentos que preenchem a memória e fazem sorrir e acreditar.. Que o planeta finalmente gira em paz e tudo está no devido lugar.. É nostálgico recordar.. Dá vontade de lá voltar! De reviver vezes e vezes sem conta.. Porque os momentos perfeitos contam-se pelos dedos.. Quem dera perpetuá-los! Fazer deles o dia-a-dia..