sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Presente e ausente

Posso não ser uma pessoa bonita.. mas sou a pessoa que sou, ponto. Sem os preconceitos de outros tempos, ou pelo menos procurando não os ter. Sou eu. Sem me preocupar em disfarçar, esconder, representar.. Não estou sempre feliz, não sou sempre conveniente, não sou sempre humilde ou delicada.. Não tenho os mesmos interesses, não sinto as mesmas coisas, não me preocupo com as mesmas causas.. Deixei de tentar pertencer à carneirada, penso, pelo menos nalguns assuntos. E já não sou sempre sorridente e amena companhia.. Também sou inconveniente, fechada, calada.. Infantil. Desinteressada e desinteressante. Sou assim, sou eu.

Aprendi que é fácil desligar a ficha quando todo o bláblá irrita e não me diz nada.. Acontece lá longe, numa qualquer realidade paralela.. Estou sozinha comigo, fechada no meu mundo.. Mais ou menos cor-de-rosa.

Hoje foi como se fosse a primeira vez.. Deixei-me tocar e surpreender.. Arrepiei-me de antecipação, voltei a suspirar, a estremecer até ao fundo do meu ser.. Senti-me completa.. Não fui objecto nem fui complicada! Deixei-me levar.. Tão natural e tão doce.. Tão intenso e verdadeiro.. Senti-me amada e conectada, como há muito tinha deixado de sentir.. Voltei a amar e a sentir o prazer do amor.. De estar de facto com alguém, de estar presente..

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Semáforos

Se a vontade é mudar, se as coisas não vão bem... Se a alma é atravessada por milhões de dúvidas.. A atitude é carregar no acelerador e rumar a novas paragens, tomar coragem e procurar um destino diferente..

Se tudo vai bem ou é essa a nossa ilusão.. Se temos fé, se temos esperança no caminho traçado.. Então a atitude talvez seja abrandar e tomar cuidado.. Vigiar o caminho, antecipar as ameaças.. Salvaguardar o nosso conto-de-fadas numa redoma tão resistente quanto possível! Zelar para que dure um pouco mais..

Por outro lado.. Se as dúvidas igualam as certezas e não sabemos bem se preferimos ficar ou partir.. Estamos ali no fio da navalha, percorremos a orla do precipício sem saber se pendemos para um lado, se para o outro.. Que risco parece parece valer mais a pena.. Se mergulhar no vazio, se mergulhar no real.. É quando hesitamos em carregar no acelerador ou no travão.. Quando cai o amarelo.. ou o vermelho! Naquele preciso instante.. De que lado da corda está o braço mais forte? A mão que nos puxa para a realidade ou a que nos empurra para a incerteza?

E se cada sinal vermelho obrigasse a mudar de direcção?